sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Santiago de Compostela nos caminhos da Fé, Vinhos e Culinária original.

Kilómetro 0 do Caminho de Santiago, no centro da Praça do Obradoiro.

Santiago de Compostela juntamente com Jerusalém e Roma, é um dos lugares de peregrinação mais importantes do mundo. 
A maioria dos peregrinos utilizam o Caminho Francês, que começa em Roncesvalles ou em Saint Jean Pied de Port, passando através de Espanha, em direção a Santiago de Compostela. 
Mas há peregrinos que inciam sua jornada em suas terras natais, como na a Alemanha e na Áustria, afinal não importa o caminho escolhido plagiando um velho ditado ""Todos os caminhos levam a Santigo de Compostela"" 
A história de Santiago de Compostela constrói seu relato e sua historia na muito antiga arquitetura religiosa.
Ao caminhar pelas ruelas da cidade e sua ladeiras deparamos com exemplares excepcionais, como, os dois anjos do século XIV com óculos, ou uma Virgem Maria grávida, na entrada de uma igreja.
A catedral de Santiago de Compostela é um dos pilares do cristianismo. Lá  se encontram 46 igrejas , 114 campanários, 288 altares e 36 congregações. 

GASTRONOMIA 
Que especialidades de comer e de beber são típicas de Santiago de Compostela A capital da Galiza não podia estar mais presente no que se refere à gastronomia. A oferta é variada, generosa e muito interessante. Do mar, praticamente tudo chama a nossa atenção: mexilhões galegos, "berberechos al natural" (berbigões ao natural), "almejas (amêijoas) a la marinera" ! "Pulpo (polvo) a la gallega" é um prato reconhecido internacionalmente. Há casas de comida, bares e restaurantes ao longo de toda a cidade, e há ainda o mercado onde se podem comprar ou comer todas estas especialidades. O peixe é, geralmente, de muito boa qualidade, destacando-se tanto os peixes azuis, como os brancos. É quase obrigatório deleitar-se com uma boa mariscada, na qual pode apreciar a santola, os lagostins e o lavagante. Uma vieira acompanhada por um bom vinho branco, do tipo ribeiro, godello ou albariño, é uma experiência que só pode ser vivida em Santiago! Como sobremesa, sugerimos a "Torta de Santiago", especialidade típica de Compostela, feita à base de amêndoa. 

Pulpo a la Gallega.
Torta de Santiago



A CATEDRAL
Em 1985, a Catedral de Santiago de Compostela foi declarada Patrimônio Mundial da Cultura pela UNESCO. A fachada principal chama-se Obradoiro, o que quer dizer "trabalho de ourives", porque a fachada foi trabalhada de forma muito artística e detalhada por pedreiros em princípios do século XVIII. A superfície da catedral alcança os 23000 metros quadrados. A primeira construção foi uma capela, durante o reinado de Alfonso II, entre os anos 791 e 842. A igreja de então foi destruída pelas lutas contra os Mouros e pelos levantamentos dos camponeses. A construção da catedral atual iniciou-se em 1077, durante o reinado de Alfonso VII. O túmulo do apóstolo Santiago encontra-se sob o altar na parte Leste da catedral. O famoso Pórtico do Mestro Mateo, na entrada Oeste, é considerada uma obra-prima da arquitetura. O portal Sul é a única entrada românica, datando do século XI. Foi no século XIV que se falou a primeira vez do Botafumeiro. Para louvor a Deus e como solução original para disfarçar o cheiro dos peregrinos, o Botafumeiro encontra-se pendurado por corda com 30 metros de comprimento. Ocasionalmente, é agitado por oito homens até tocar quase o tecto da catedral. Nunca se sabe quando isto ocorre exatamente, mas se tiver sorte pode assistir a esta ação. O Botafumeiro em São Tiago era filho do pescador Zebedeo e de Salomé. 


SÃO THIAGO 
Seu irmão mais novo era João. Devido ao seu enorme fervor, Jesus conferiu-lhes o título de "filhos do trono" (Evangelho segundo São Marcos, Capítulo 3, Versículo 17). São Tiago (também chamado Santiago) é, para além do seu irmão João e de Pedro, um dos discípulos prediletos de Jesus que estiveram presentes durante a revelação, permanecendo junto a Ele no Jardim de Getsemane durante as horas que precederam a Sua morte. Segundo a tradição, pregou o Evangelho durante o Pentecostes próximo da cidade de Samaria - atualmente Shomron- e em Jerusalém. Partiu para Espanha no ano 43 d.C. para pregar. Ao voltar, foi decapitado pelo Rei Herodes Agripa I da Judeia. Santiago foi o primeiro mártir de entre os apóstolos (Apóstolos, Capítulo 12, Versículos 1-2). Foi trasladado pelos seus dois discípulos de barco até à Galiza, para finalmente ser aqui enterrado. Tiago tem 1,60 m de altura e pesa 80 kg.
Sepulcro do Apóstolo Tiago.
Festa do dia de Sao Tiago 25 de Jul

Tapas e Vinho  Receita Perfeita ao cair da noite.

Várias garrafas de Alvarinho galego.





Texto e Fotos
Leila Bumachar
L.Bumachar Consultoria

terça-feira, 30 de junho de 2009

Um pouco de Humor !!!






Hummm...- Eca!!!- Eca?! Quem falou Eca?- Fui eu, sô! O senhor num acha que esse vinho tá com um gostim estranho?- 
Que é isso?! Ele lembra frutas secas adamascadas, com leve toque de trufas brancas, revelando um retrogosto persistente, mas sutil, que enevoa as papilas de lembranças tropicais atávicas...- Putaquepariu sô!
E o senhor cheirou isso tudo aí no copo ?!- 
Claro! Sou um enólogo laureado. 
E o senhor?- Cebesta, eu não! Sou isso não senhor !! Mas que isso aqui tá mecheirando iguarzinho à minha egüinha Gertrudes depois da chuva, lá isso tá!- Ai, que heresia! Valei-me São Mouton Rothschild!- 
O senhor me desculpe, mas eu vi o senhor sacudindo o copo e enfiando o narigão lá dentro. O senhor tá gripado, é ?- Não, meu amigo, são técnicas internacionais de degustação entende? Caso queira, posso ser seu mestre na arte enológica. 
O senhor aprenderá como segurar a garrafa, sacar a rolha, escolher a taça, deitar o vinho e, então..- E intão moiá o biscoito, né? 
Tô fora, seu frutinha adamascada!- O querido não entendeu. O que eu quero é introduzi-lo no...- Mais num vai introduzi mais é nunca! Desafasta, coisa ruim!- Calma!
O senhor precisa conhecer nosso grupo de degustação. Hoje, por exemplo, vamos apreciar uns franceses jovens...- Hã-hã... Eu sabia que tinha francês nessa história lazarenta...- 

O senhor poderia começar com um Beaujolais!- 
Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!- 
Então, que tal um mais encorpado?- Óia lá, ocê tá brincano com fogo...- Ou, então, um suave fresco!- Seu moço, tome tento, que a minha mão já tá coçando de vontade de meter um tapa na sua cara desavergonhada!- 
Já sei: iniciemos com um brut, curto e duro. O senhor vai gostar!- Num vô não, fio de um cão! Mas num vô, memo! Num é questão de tamanho efirmeza, não, seu fióte de brabuleta. 
Meu negócio é outro, qui inté rima com brabuleta...- 
Então, vejamos, que tal um aveludado e escorregadio?- 
E que tal a mão no pédovido, hein, seu fióte de Belzebu?- Pra que esse nervosismo todo? Já sei, o senhor prefere um duro e macio, acertei?- 
Eu é qui vô acertá um tapão nas suas venta, cão sarnento! Engulidô de rôia!- Mole e redondo, com bouquet forte?- Agora, ocê pulô o corguim! E é um... e é dois... e é treis! 
Num corre, nãofiodaputa! Vorta aqui que eu te arrebento, sua bicha fedorenta!...
Texto do Luiz Fernando Veríssimo.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Desbravando dos vinhos da Ilha da Madeira




vinho da Madeira, ou simplesmente vinho Madeira, é um vinho fortificado, com elevado teor alcoólico, produzido nas encostas e adegas da Região Demarcada da Ilha da Madeira, sob condições edafoclimáticas excepcionais para o que concorrem factores naturais e humanos. 
É o produto principal da economia da Região Autônoma da Madeira e um símbolo da Madeira em todo o mundo. produção de vinho da Madeira remonta quase à época da descoberta da ilha (1419). 
As primeiras castas foram introduzidas sob ordens do Infante e D. Henrique, e foram importadas de Cândia (capital de Creta, Grécia). 
Mais tarde foram introduzidas outras castas, como a Tinta Negra, a Sercial, a Boal, a Verdelho e a Malvasia
Estas últimas quatro produzem vinhos de qualidade superior, em função das condições climatéricas e da composição dos solos.


A produção de vinho foi estimulada pela necessidade de abastecer os navios nas rotas do Atlântico para o Novo Mundo e para a Índia, e pela presença dos ingleses na ilha, que fizeram com que o vinho fosse conhecido em toda a Europa e América, tornando-se o vinho preferido em banquetes e mesas requintadas das cortes europeias e nas respectivas colônias.
Há várias histórias curiosas sobre o vinho da Madeira em referências literárias desde o século XV, que ajudam a reforçar a aura de vinho especial em Inglaterra. 
Um caso conhecido é o da obra Henrique IV de William Shakespeare, na qual Falstaff foi acusado de trocar a sua alma por uma perna de frango e um cálice de vinho da Madeira. 
Outro caso dá-se em 1478 e é o da condenação à morte de George de York, Duque de Clarence, irmão de Eduardo IV de Inglaterra, que escolheu alegadamente ser afogado dentro de um tonel de vinho Malvasia .
Entre meados de Agosto e meados de Outubro realizam-se as vindimas na Madeira. O ponto mais alto é marcado pela Festa do Vinho, realizada em Setembro. O mosto resultante nas adegas é sujeito a fermentação interrompida por adição de álcool vínico no momento em que atinge o nível de doçura pretendido.
O sistema de vinificação tradicional do Vinho da Madeira é a bica aberta, praticando-se na maioria dos casos a prensagem direta das uvas. Contudo, algumas empresas já dispõem de equipamento que lhes permite fazer vinificações com curtimenta, a que recorrem quando pretendem fazer vinhos, que preveem ficar muitos anos em casco, pois dão vinhos melhor estruturados e de maior longevidade.

No dia 19 de junho de 2009, aconteceu no restaurante Real Astoria localizado na cidade do Rio de Janeiro um almoço eno gastronômico, com a presença de enólogos e viticultores.

Coquetel
SERCIAL - Vinífera Barbeito Seco - 10 anos; cor amarelo âmbar claro, com um bouquet muito amplo, madeira, baunilha,balsâmico, especiarias, curry, frutos secos, confeitaria,torrefação,com bastante acidez e PH baixo. 
Obs. tem 50 a 70 grs. de açúcar residual por litro. Ideal para acompanhar aperitivos.

VERDELHO Reserva- Vínifera Barbeito, Muito Seco, 10 anos barrica, 16 a 22 gramas. teor alcool, 70 a 90 grs de açúcar residual, cor ambar escuro, ouro antigo com reflexos esverdeados, aroma amplo. Excelente para acompanhar sopas e consomes.
Estes dois Vinhos foram servidos no início (antes do almoço)

Almoço,1 prato
VALDARANTE Branco - Cave Santa Marta - uvas Malvasia e Sercial, muito leve ,acompanhou Cesar salada

2 prato
ADEGA DOS PEGÕES Colheita Selecionada Branco - 2008 , uvas Arinto , Antão Vaz e Chardonnay mais encorpado, acompanhou o prato de peixe.

3 prato
CABEÇA DE BURRO - Tinto - 2005 - Douro. acompanhou o prato de carne. Muito bom vinho, ótimo corpo e aromas amplos, cor rubi com reflexos violáceos.

4 prato
ADRO DA SÉ tinto 2004 Dão - cor muito bonita rubi com reflexos granada, bom corpo aromas mais evoluídos : tabaco, couro, especiarias; uvas Alfrocheiro preto, Jaen e Touriga Nacional, muito bom vinho! Servido também com o prato de carne. 


Sobremesa
MEDIUM RICH - 1999 Vinífera H & H - Henriques e Henriques- Região de Terrentés, Ilha da Madeira :cor acastanhada,sensivelmente escuro, aromas de chocolate preto e caramelo,90 gramas de açúcar residual por litro, uvas: Tinta Negra Mole, acompanha sobremesas, salada de frutas, bolos, queijos fortes como o roquefort ou o stilton ou ainda para acompanhar um café e como digestivo.

MOSCATEL A.C DO DOURO 1989 - Adega de Favaios - cor maravilhosa, amarelo ambar escuro, aromas de avelã amêndoas.

BRANDY´S MADEIRA COLHEITA MALMSEY 1992 - Madeira Wine Company - Um vinho muito interessante um novo tipo de Madeira. Em 1989, a família BLANDY
convidou a família Syminton radicada no Porto para se juntar à Madeira W. Company.







Edição  de Texto
Leila Bumachar
Menu e comentários release da assessoria do evento.
fontes http://pt.wikipedia.org/wiki/Vinho_da_Madeira
fotos Bing

terça-feira, 16 de junho de 2009

O olfato, a geografia, o vinho / Jornal ZERO HORA


Para meus amigos enólogos !


...Consta, que certa noite, muitos anos atrás, um homem entrou com a namorada no restaurante Lucas Carton, em Paris, e pediu uma garrafa de Mouton Rothschild, safra de 1928. O sommelier, em vez de trazer a garrafa para mostrar ao cliente, traz o decanter de cristal cheio de vinho e, depois de uma mesura, serve um pouco no cálice para o cliente provar. O cliente, lentamente, leva o cálice ao nariz para sentir os aromas, fecha os olhos e cheira o vinho. 
Inesperadamente, franze a testa e, com expressão muito irritada, pousa o copo na mesa, comentando rispidamente: -Isso aqui não é um Mouton de 1928!!!O sommelier assegura-lhe que é. O cliente insiste que não é. 
Estabelece-se uma discussão e, rapidamente, cerca de 20 pessoas rodeiam a mesa, incluindo o chef de cuisine e o gerente do hotel que tentam convencer o intransigente consumidor de que o vinho é mesmo um Mouton de 1928. De repente, alguém resolve perguntar-lhe como sabe, com tanta certeza, que aquele vinho não é um Mouton de 1928.- 
O meu nome é Phillippe de Rothschild, diz o cliente, modestamente - e fui eu que fiz esse vinho. Consternação geral. O sommelier, então, de cabeça baixa, dá um passo à frente, tosse, pigarreia, bagas de suor escorrem da testa e, por fim, admite que serviu na garrafa de decantação um Clerc Milon de 1928, mas explica seus motivos: - Desculpe, mas não consegui suportar a idéia de servir a nossa última garrafa de Mouton 1928. De qualquer forma, a diferença é irrelevante. 
O senhor também é proprietário dos vinhedos de Clerc Milon, que ficam na mesma aldeia do Mouton. O solo é o mesmo, a vindima é feita na mesma época, a poda é a mesma, e o esmagamento das uvas se faz na mesma ocasião, o mosto resultante vai para barris absolutamente idênticos. Ambos os vinhos são engarrafados ao mesmo tempo. Pode-se afirmar que os vinhos são iguais, apenas com uma pequeníssima diferença geográfica. Rothschild então, com a discrição que sempre foi a sua marca, puxa o sommelier pelo braço e murmura-lhe ao ouvido:- 
Quando voltar para casa esta noite, peça à sua namorada para se despir completamente. Escolha duas regiões muito próximas do corpo dela e faça um teste de olfato. Você perceberá a diferença que pode haver numa pequeníssima diferença geográfica!!! 





OBS. – Na classificação de 1855 dos vinhos do Haut-Médoc, o Château Mouton-Rothschild é, desde 1973, um Premier Cru, já o Château Clerc-Milon-Mondon é um Cinquième Cru. 

FONTE: JORNAL ZERO HORA/ GASTRONOMIA

Termos Curiosos no Mundo do Vinho Português!



"Se queres andar bem disposto, bebe vinho, mas não mosto."
Provérbio Popular


ABAFADO – Vinho obtido pela adição de aguardente vínica no mosto das uvas antes do início ou nas primeiras horas da fermentação. 
Pode ser feito com uvas tintas ou brancas, tem graduação alcoólica próxima a 20% e geralmente é consumido jovem. Produto popular até a década de 70. Hoje as produções de vinho abafado são muito pequenas.
ADIAFA – Festa de enceramento de qualquer atividade agrícola, inclusive a vindima.
ÁGUA PÉ – Vinho suave obtido pela adição de água ao bagaço das uvas. 
Tem uma graduação alcoólica baixa, apenas 7% e deve ser consumido jovem, de preferência até 6 meses. 
A água pé geralmente é bebida 2 meses após as vindimas, no dia 11 de Novembro, o dia do S. Martinho. Produto popular até à década de 80. Atualmente a produção de água pé é insignificante.
AGUARDENTE BAGACEIRA – Destilado produzido a partir do bagaço de uvas brancas ou tintas. A sua graduação alcoólica é próxima aos 40%.
AGUARDENTE VÍNICA – Destilado produzido geralmente a partir de um vinho branco. A sua graduação alcoólica é próxima aos 46%.
ARMAZENISTA – Comerciante de vinhos. Compra os vinhos a granel e vende a granel ou engarrafado. Geralmente trabalha com os vinhos mais simples e baratos.
AUTÓCTONE – Nativo, oriundo da terra onde se encontra. Termo muito usado quando nos referimos às castas típicas que tiveram origem numa região demarcada.
BALSEIRO – Casco de madeira, com formato tronco-cônico (é um cone em pé com a ponta cortada), com capacidade até 30.000 litros . Muito utilizado no envelhecimento de vinhos do Porto tipo Tawny. Atualmente também são produzidos em inox e usados para a fermentação de vinhos tintos.
BICA ABERTA – Método de vinificação utilizado na produção de vinhos brancos e rosés. Consiste em não deixar fermentar o mosto com o bagaço e a película das uvas.
BRUTO – Designação aplicada aos vinhos espumantes naturais com o teor de açúcar residual inferior a 15 gramas por litro
C.V.R – Comissão Vitivínicola Regional. Entidade responsável pela certificação dos vinhos, castas recomendadas e regras de produção dos vinhos de uma região demarcada (Ex: Alentejo, Bairrada, Dão, Estremadura, Ribatejo, Terras do Sado, Vinho Verde, etc.). 
Para cumprir estas atribuições, as CVRs controlam o processo produtivo dos vinhos através de ações de classificação dos encepamentos e acompanhamento das vinificações. Posteriormente, quando os vinhos já estão engarrafados, são feitas análises físico-químicas em laboratórios e provas de vinhos às cegas pela câmara de provadores. 
Os vinhos certificados pelas CVRs podem ser Regionais, VQPRD ou DOC. 
Todos esses vinhos tem um selo na garrafa que pode ser facilmente conferido pelos consumidores. 
No Douro, o IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, tem as mesmas funções das CVRs das outras regiões.
CLARETE – Vinho tinto produzido com pouca extração de cor. Podemos dizer que é um vinho rosé escuro.
CURTIMENTA – Método de vinificação utilizado na produção de vinhos tintos. 
A fermentação do mosto ocorre com a presença das cascas das uvas, das grainhas e dos engaços, o que permite aumentar o teor de taninos, de cor e de corpo dos vinhos tintos.D.O.C – Denominação de Origem Controlada. Designativo de qualidade aplicado a determinados vinhos cuja produção é certificada por uma CVR (Comissão Vitivinícola Regional) de uma região demarcada (Ex: Alentejo, Bairrada, Dão, Douro, etc.).ENGAÇO – Pedículo do cacho e suas ramificações que suportam as uvas.
ESCANÇÃO – Profissional responsável pelo serviço de vinhos em restaurantes e hotéis. Equivale à palavra francesa “sommelier”.
ESPUMANTE NATURAL – Equivale ao champangne obtido pelo método clássico, ou seja, a efervescência resulta da segunda fermentação alcoólica ocorrida na garrafa.
ESPUMOSO – Equivale ao champangne obtido pelo método charmat, ou seja, a segunda fermentação é feita em grandes depósitos de inox.
GARRAFEIRA – Esta palavra pode ter vários significados. 
Loja de vinhos. Designativo de qualidade de vinhos VQPRD ou DOC que implica num período mínimo de estágio do vinho na garrafa. Este período varia em função da região demarcada onde foi produzido o vinho.
GENEROSO – Vinho licoroso com designação especial em virtude da sua origem numa região específica. O vinho do Porto é um vinho generoso.
GINJINHA – A ginja é um fruto silvestre da família da cereja. Com a ginja se produz o licor mais famoso de Portugal, o licor de ginja, conhecido popularmente por ginjinha.
GRAINHA - Semente da uva.
GRANDES SUPERFÍCIES – Supermercados
HERDADE – Propriedade agrícola equivalente a uma fazenda no Brasil.
JEROPIGA – Vinho obtido pela adição de aguardente bagaceira no mosto das uvas antes do início ou nas primeiras horas da fermentação. 
Geralmente é feito com uvas brancas mas também pode ser feito com uvas tintas. A graduação alcoólica é próxima aos 20%. 
Na maioria das vezes é consumido jovem e foi consumido até à década de 70. Hoje a sua produção é muito pequena.
LICOROSO – Vinho obtido pela adição de aguardente vínica no mosto das uvas durante a fermentação, geralmente no segundo ou terceiro dia. 
Pode ser feito com uvas brancas ou tintas. Em função do açúcar residual, o vinho licoroso pode ser doce, meio doce ou seco.
MACERAÇÃO - Executar a fermentação alcoólica com as cascas das uvas, das sementes e por vezes do próprio engaço.
MONDA PRECOCE – Quando se pretende produzir um vinho mais concentrado e com maior qualidade, é comum cortar alguns cachos de uvas para controlar o rendimento da vinha. Este corte geralmente ocorre próximo à época do pintor.
MONTE – Sede de uma propriedade agrícola, ou seja, equivalente à sede de uma fazenda do Brasil.
MOSTO – Suco de uvas frescas antes de fermentarem
NÉCTAR – Vinho com ótima qualidade
PALHETE – Vinho obtido da mistura de vinho branco com vinho tinto. 
Deve ser consumido jovem a uma temperatura entre 12ºC e 14ºC. Atualmente a sua produção é muito pequena.
PINTOR – É a fase em que os bagos de uva começam a ganhar a sua coloração final.
PIPA – Casco de madeira utilizado para estagiar vinhos tintos ou envelhecer vinhos do Porto tipo Tawny. 
A sua capacidade geralmente varia entre 500 e 550 litros .
POMADA – Na linguagem popular, é um vinho com ótima qualidade.
RESTAURAÇÃO – Restaurantes e hotéis.
TALHA – Recipiente de barro cozido com capacidade até 1.800 litros , usado para fermentar o vinho. Esta prática vem do tempo dos romanos há 2.000 anos. 
Até hoje alguns pequenos produtores do Alentejo usam talhas para fermentarem os seus vinhos.
TONEL – Casco de madeira, com formato semelhante a um “cilindro” deitado, utilizado para estagiar vinhos tintos ou envelhecer vinhos do Porto tipo Tawny. O seu volume varia de 3.000 litros a 15.000 litros .
VINHO DE LOTE – Vinho produzido com uma mistura de várias castas.
VINHO DE MESA – Pode ser produzido com uvas de qualquer região de Portugal. 
A certificação é feita pelo IVV, Instituto da Vinha e do Vinho. 
O selo colocado na garrafa é do IVV e não de uma CVR. 
Os vinhos de mesa, na sua esmagadora maioria, são vinhos mais simples e baratos. 
Esta importadora não trabalha com vinhos de mesa.
VINHO EXTREME – Vinho feito apenas com uma casta.
VINHO REGIONAL – Vinho produzido atendendo a menos regras do que o DOC ou o VQPRD e certificado por uma CVR. 
O vinho regional pode ser produzido com mais castas do que o DOC e o VQPRD. 
As vinhas que produzem um vinho regional também









Edição de Texto
Leila Bumachar.
Fonte de Dados :
As informações acima não têm a pretensão de serem um manual técnico. O objetivo deste Pequeno Dicionário é apenas facilitar a leitura dos textos portugueses sobre vinhos publicados em livros, revistas e jornais.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Turquia Destino Exótico



A utilização das especiarias é um marco da culinária árabe. Na comida árabe tudo tem um sabor peculiar. Conheça algumas especiarias e ingredientes utilizados em pratos árabes:
Açafrão
O nome vem do árabe zafaran, que significa amarelo. São pistilos secos de um arbusto especial que são colhidos manualmente. São necessários aproximadamente 80 mil pistilos para obter meio quilo da especiaria. Originário do Oriente, foi introduzido na Espanha pelos Árabes em torno do ano 900. O açafrão tem uma forte cor amarela e tem um gosto único e penetrante.

ÁGUA DE FLOR DE LARANJEIRA (MAÉ ZAHAR)
Essência típica da culinária sírio-libanesa, é utilizada para aromatizar vários doces.
ÁGUA DE ROSAS (MA'WARD)
Líquido bastante perfumado, extraídos de rosas e utilizados em doces e caldas.
Áraque(Arak)


Culinária Oriente Médio
A região do oriente médio foi o berço a civilização, os grandes impérios que dominaram essa região, o persa (539-331 a.C.), o árabe (630-1258) e o otomano (1281-1918), foram responsáveis pela formação da cultura árabe, e isso se reflete também na culinária e nos hábitos alimentares, as primeiras tradições culinárias nasceram ali, há mais de 12 mil anos.
Entre os rios Tigre e o Eufrates, no atual Iraque, os homens passaram a cultivar trigo, cevada, pistache, nozes, romãs e figos que floresciam ao lado dos rebanhos de carneiro e de cabras. Pela primeira vez misturaram ingredientes diferentes e fizeram o pão, que nasceu chato e redondo. Em um período posterior, entre os anos 3000 a.C. e 300 a.C, quando os fenícios povoaram a região do Líbano, surgiu o hábito de cobrir o pão com carne e cebola. Nascia a esfiha.

Costumes
Os hábitos alimentares dos muçulmanos são restritos pelas leis do Alcorão: a bebida alcoólica não é permitida, assim como a carne de porco pois ele é um considerado um animal impuro. Desta forma o consumo de carne de carneiro é predominante entre eles.

Durante as comemorações religiosas, como o Ramadã, o jejum é rigoroso e até mais longo do que o dos judeus. Não se pode comer e beber durante o dia. As refeições noturnas, então, são um banquete. Já os árabes cristãos seguem hábitos alimentares ocidentais, sem restrições.

Entre os árabes é costume se servirem de um café da manhã farto, que inclui pão com ovos, frutos e vegetais frescos, mel, nozes ou iogurte.

As refeições são verdadeiros rituais, demoram-se a mesa, que apresenta uma grande variedade de pratos servidos em pequenas porções. São os mezzés, ou antepastos árabes, sempre acompanhados de pão pita e áraque, bebida típica à base de anis. Em seguida vem os doces e por fim café árabe ou chá preto com hortelã.

Sabores da Culinária Árabe

Carnes: O carneiro é o principal animal consumido. Sua carne é assada ou guisada, normalmente recheada e ricamente temperada. A carne de cabrito, a galinha e o peru também são apreciados.

Grãos: Entre os grãos destacam-se o trigo, a lentilha, a ervilha, o grão-de-bico e o arroz. Favas são típicas do Egito, presentes no fool midammis, sopa bem grossa à base de feijão, servida normalmente durante o café da manhã.

Verduras e Legumes: São preparados recheados e em conserva, Na Síria e no Líbano, eles recebem o nome de mehchi; na Turquia, dolmas; na Grécia, dolmathes; no Irã, dolmeh. Entre os principais legumes usados estão a abobrinha, repolho, folha de videira ou de parra, acelga, tomate, pimentão e berinjela. Vegetais em conserva, os kabees ou torshi são muitos populares e servidos como entrada ou acompanhamento.

Café Árabe
No mundo árabe, a cerimônia de preparar e servir o café faz parte da tão conhecida hospitalidade árabe, é sinal de que a visita é bem-vinda e honrada por seu anfitrião.

No deserto ou em uma casa árabe moderna, o tradicional preparar e servir o café é sempre feito com muita dedicação. O ritual básico não mudou muito através das gerações.

Tradicionalmente no deserto o café é preparado na fogueira, em um utensílio, bule especial conhecido como dale. O tradicional fogo de chão é o preferido para o preparo do café porque dizem adicionar um sabor especial. O café depois de pronto e preparado com temperos especiais como hal

(cardamomo), é servido em outro bule especial limpo, acompanhado de pequenas xícaras sem alça. O café árabe não é coado, espera-se a borra sentar no fundo para servir. O anfitrião costuma servir um pouco em cada xícara e costuma-se repetir por várias vezes, o café geralmente é servido amargo nessas ocasiões.

No dia a dia, o café é preparado em pequenas quantidades também em um bule especial sem tampa, pode ser murrah (amargo), uasat (no ponto) ou hilua (doce), acompanha um copo de água.

A maneira de preparar é fácil, coloca-se água a ferver no bule e adiciona-se açúcar, quando dissolver o açúcar coloca-se a quantidade de café desejada, tempera-se com um pouco de cardamomo , mexe-se com uma colher até levantar espuma, sem ferver. Tira-se o bule do fogo e coloca-se uma colherinha de espuma em cada xícara de café, espera-se a borra sentar um pouco no fundo e está pronto para servir. “Tafadal!”. “À vontade, sirva-se!”.





























Brindando ao Final da Aventura Turca.


Texto e Fotos
Leila Bumachar
L. Bumachar Consultoria


Natacimina: Produtos enólogicos são a causa da contaminação
















Jeanne Marioton Barbosa /Leila Bumachar(Club Med- 2009)

O artigo saiu na "Vitisphère" hoje (10/03/10)
Fiz um resumo em português e deixo o texto completo em francês.
Natacimina: Produtos enólogicos são a causa da contaminação
O "Wines of Argentina" pediu ao laboratório francês Excell
de investigar a origem da natamicina, um antibioticó
encontrado em certos vinhos argentinos durante um controle
realizado na Alemanha.
Primeiramente, após um estudo, o laboratório demonstrou que a
presença de natacimina era frequente nos vinhos argentinos (em
500 amostras testadas, a metade era contaminada)
Num segundo tempo, o laboratório procurou a origem deste
produto nos vinhos. No seu relatório, ele sinaliza que doses
importantes de natacimina foram encontradas em derivados de
"écorces de levures"* e nos taninos enológicos. Estes produtos são
exclusivamente fabricados na América do Sul , a maioria
oriundos de derivados de bio-etanol vindo do Brasil.
Os desinfectantes a base de natamicina, autorizados até janeiro
2010 na Argentina para desinfectar o material usado na
vinificação, podem ser também incriminados.
Essas revelações mostram que a contaminação foi acidental.
*Ecorces de levure: permitem fixar e absorver os inibidores da fermentação; eles são
usados preventivamente ou quando a fermentação se interrompe, para eliminar os
inibidores

Natamycine: des produits oenologiques à l´origine de la contamination
A la demande de Wines of Argentina, l´organisme de promotion
des vins argentins, le laboratoire français Excell a mené des
investigations sur l´origine de la natamycine, un anti-biotique qui
a été retrouvé dans certains vins argentins lors de contrôles
effectués en janvier dernier par les autorités allemandes.
Le laboratoire de Pascal Chatonnet avait d´abord mené une
étude montrant que la présence de natamycine était fréquente
dans les vins argentins (1 échantillon sur deux sur les 500
échantillons testés). Dans un deuxième temps, il a recherché
les origines possibles de ce produit dans les vins sachant que son
utilisation est interdite comme additif direct dans les vins. Dans
un rapport qu´il remettra la semaine prochaine à Wines of
Argentina, le laboratoire Excell identifie certains produits
oenologiques à l´origine de contaminations fortes à très fortes. «
Nous avons trouvé des doses importantes de natamycine dans
des produits à base de dérivés d´écorces de levure et dans des
tannins oenologiques », affirme Pascal Chatonnet. « Cela ne
concerne que des produits fabriqués localement en Amérique du
Sud, et dont la plupart proviennent de dérivés de bio-éthanol en
provenance du Brésil. Nous n´avons pas trouvé de natamycine
dans les produits oenologiques européens que nous avons
contrôlés ».

Les désinfectants à base de natamycine, autorisés jusqu´en
janvier 2010 en Argentine pour désinfecter le matériel de
cave, sont une autre source possible de contamination. Ces
révélations dédouanent les producteurs argentins de vin, mis
sur la sellette suite à cette affaire. « Cela n´exclut pas que
certains aient eu recours à la natamycine comme additif directe
dans les vins, mais pour tous ceux qui ont utilisé les produits
oenologiques mis en cause, la contamination a été accidentelle
par le biais de ces additifs », précise Pascal Chatonnet.

Texto traduzido e elaborado por Jeanne Marioton Barbosa
Consultora para o Club Provence Brésil/EOC (www.vinsdeprovence.com/brasil)
Docente da Universidade Candido Mendes no curso de post graduação "Vinho e cultura", 
chancela da Unesco em parceria com a Universidade da Borgonha
Consultante vin pour le Club provence Brésil/EOC